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domingo, 27 de novembro de 2011

Formação, Profissão e Mercado
Dicas sobre como iniciar a carreira em T.I. e como continuar crescendo

Uma conversa online com o Analista de Sistemas Roberto Ferreira Martins, 32, enriqueceu ainda mais a equipe da T.I. Online com seu profissionalismo e experiência na área de T.I. Atualmente ele trabalha na Fundep (Fundação de Desenvolvimento e Pesquisa) ligada à UFMG, desenvolvendo sistemas para que a organização atenda às demandas da universidade, que como ele mesmo diz, é principal foco. Bacharel em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) no início de 2002, contou suas realizações na carreira: se tornar professor, ser líder de equipe e seu casamento, no qual afirma ter criado um par perfeito entre família e trabalho. Figura simpática, preocupado em responder a todas as perguntas feitas, Roberto se mostrou muito animado com sua profissão e a aceleração em que o mercado está. A seguir, os principais momentos do bate-papo.

T.I. Online – Como é a questão salarial desde o início de sua carreira?
Roberto Ferreira Martins - Começou pequeno, R$ 50,00 em uma meia-bolsa de estágio em 1999 e com o passar dos meses e anos, foi aumentando. A valorização financeira vem mais rápido trocando de emprego, mas a qualificação profissional ocorre quando mantendo-se em uma empresa de médio/grande porte. No segundo caso, acredito que a valorização financeira é mais estável.

T.I. Online – Como é o acesso no mercado?
Roberto Ferreira Martins - Sempre facilitada pelo aquecimento do mercado.

T.I. Online – Quais são as habilidades requeridas para iniciar no mercado?
Roberto Ferreira Martins - Conhecimento médio em uma determinada área e/ou linguagem e comunicação para iniciar/ser aprovado em alguma vaga. Isto para crescer, mostrar qualidade técnica, responsabilidade e capacidade de enfrentar as atividades da empresa.

T.I. Online – Quando e onde realizou estágios?
Roberto Ferreira Martins - Entre 1999 e 2002 na própria UFOP. Foi a base profissional para iniciar em uma empresa de grande porte a RM Sistemas, hoje TOTVs.

T.I. Online – Quais dificuldades você enfrenta dentro da área ou função?
Roberto Ferreira Martins - Pouco conhecimento da área/empresas de TI. Visão em longo prazo.

T.I. Online – Faça um apanhado de sua função na área de T.I. com relação a linguagem, características do trabalho, rotinas e relação com as novas tecnologias.
Roberto Ferreira Martins – As linguagens que domino são Delphi, C#, JavaScript e Sql, características do trabalho é a análise e desenvolvimento de sistemas. Rotinas são receber, analisar, estimar e desenvolver novas funcionalidades de integração com sistema legado e manutenção. E uma relação que faço com as novas tecnologias é sempre me manter atualizado por meio de sites, blogs, vídeos e livros, e acompanhamento diário do desenvolvimento de novas tecnologias onde atuo.

T.I. Online – Com relação ao futuro, o que você vê na área de TI? Você acredita que continuará crescendo?
Roberto Ferreira Martins – Vejo tudo (risos)! E durante muito tempo ainda. Em todas as empresas por onde passei sempre tinha demanda para anos de trabalho e sempre se comentava: "isso é só o básico que eu quero". Tem sempre um hardware ou uma idéia nova pra impulsionar a área.

T.I. Online - Com relação às realizações, você se sente realizado em sua profissão ou lhe falta algo ou algum curso/formação a mais?
Roberto Ferreira Martins – Sim, me sinto realizado, mas não é tão simples. Quando eu buscava me profissionalizar, já tinha em mente que o mais difícil seria me "manter realizado". Ou seja, alcançar um nível na área é difícil, mas manter o nível é ainda mais complicado (considerando o tanto de tecnologia que aparece) e é aí que mora a "luta diária": manter-se atualizado! Conseguir dedicar algum tempo para reciclagem.

T.I. Online - Você sempre pensou em seguir na área de TI, nesta função?
Roberto Ferreira Martins – Profissionalmente sim. Tem uma área que seria um hobby que é o desenvolvimento de jogos, mas é hobby e de vez em quando eu me atualizo nisso também. Bom, são as regras de mercado.

T.I. Online - O que você acha da desvalorização dos serviços de T.I sendo que um mestre de obras que em sua maioria não tem estudo profissional e ganha mais que um analista de sistemas que se dedica 4 anos em uma faculdade?
Roberto Ferreira Martins – Se a gente pensar em um professor de ensino médio, a comparação é ainda mais triste, mas, considero nossa área ainda interessante financeiramente.
Para os recém-formados, o valor é muito baixo. Porém, com o passar dos anos, o valor melhora consideravelmente, sem contar que em nossa área sempre têm oportunidades que "valem milhões", por assim dizer.
É muito comum profissionais com 5-10 anos de profissão abrirem a própria empresa ou criar um serviço que transforma a vida do camarada. Mestre de obras é mais raro de acontecer, outra coisa que considero extremamente importante: o bom profissional sempre será valorizado e terá seu lugar no mercado!
Concordo a afirmação na pergunta, mas hoje, se o cara fizer o básico muito bem feito, ele já será considerado um profissional "diferenciado".
O número de formados aumentou muito com as Faculdades noturnas e, por pura matemática, não tem como uma pessoa se dedicar ao trabalho (durante o dia e/ou tarde) e a faculdade (à noite) com a qualidade necessária para produzir profissionais de excelência. Só depois de formada é que a mesma vai se profissionalizar pra valer.
Outro detalhe: a demanda é muito grande, logo, as empresas acabam contratando profissionais com baixa qualificação.

T.I. Online – Roberto, você tem alguma certificação ou prêmio que almeja, ou que já alcançou no qual desejava muito?
Roberto Ferreira Martins – Não tenho certificação, pós ou mestrado. Mas tenho vontade em ter um mestrado, porém, fora da área da informática. Por hobby mesmo! Este está nos planos em começar daqui uns 5 anos.
Qualquer qualificação comprovada (diploma) abre um milhão de portas. Quem tem certificação, pós ou mestrado, em algum momento conseguirá uma oportunidade melhor do quem não tem. Sem contar que no dia-a-dia um profissional mais capacitado desenvolverá mais rápido do que quem não estudou o mesmo tempo. Lembrando que estudar não é ir à aula, é ralar mesmo.

T.I. Online – Fale sobre como é o acesso no mercado de TI, como chegou e como você acredita que um recém-formado pode ter um melhor acesso no mesmo?
Roberto Ferreira Martins – Pelo que aconteceu comigo e pelo que vejo com outras pessoas, o acesso ao mercado ocorre pelo que o estudante escolhe dentro da faculdade para se especializar. No meu caso, acabei me especializando em desenvolvimento de sistemas educacionais (Delphi na época, e já estudava .Net), o que me rendeu uma vaga na RM Sistemas (hoje, Totvs). Já vi acontecer com outros profissionais, eles acabam escolhendo uma linguagem, se dedicando à ela (seja por gosto ou por alguma oportunidade) e, quando chega ao mercado, o acesso ocorre naturalmente nas vagas ao qual já possui alguma afinidade.

T.I. Online – Em qual área da T.I você vê maior crescimento?
Roberto Ferreira Martins – Serviços por ser "desenvolvimento" praticamente puro, e o número de oportunidades e novas idéias são gigantescos. Jogos, porque a indústria de jogos está bombando, já ultrapassou a indústria do cinema há algum tempo, mas vale lembrar que tudo está interligado: novos hardwares puxam novos softwares e vice-versa. Ambos puxam infraestrutura, e tudo junto, fazem surgir novas idéias de novos produtos que exigem novos hardwares e por aí vai.

T.I. Online – Já se ouviu dizer que estão desenvolvendo um sistema para entender somente alguns parâmetros e criar basicamente o sistema desejado, como será o futuro de um profissional em sua opinião com esta situação?
Roberto Ferreira Martins – Mas quem vai dar manutenção no sistema que gera sistema? E quando surgir um novo hardware, software ou situação não prevista? Quem resolve? Um amigo comentou uma "filosofia" comigo que achei ótima: “Desenvolver sistema é descoberta... é artístico.” E arte é difícil de definir prazo, mensurar esforço e automatizar, bonito hoje pode não ser bonito amanhã. Quando a gente aplica isso ao desenvolvimento de software, faz todo sentido do mundo. Como um sistema que gera sistema vai entender que para um público “X”, o melhor são botões retangulares. Para outro público, o botão deveria ser circular? Alguém terá que fazer essa "Análise de Sistemas", ou seja, dá pra acelerar a construção de software, mas não dá pra substituir, certo?!

T.I. Online - Com relação ao cargo ou função a buscar inicialmente em um estágio ou mesmo se tiverem "sorte" em uma contratação, qual você indica para o estudante recém-formado dar um bom passo para uma boa experiência/prática?
Roberto Ferreira Martins – É o contrário... O que o estudante quer fazer? Ele tem que se especializar nisso. Terá vaga no mercado para o que ele quer seguir profissionalmente. O melhor é o estudante escolher sua área. O mercado o "pegará" por isso!

T.I. Online - Com relação ao desenvolvimento, qual linguagem você vê que está ou estará em alta no mercado?
Roberto Ferreira Martins – Java, Cobol, .Net (C# ou Vb) - essas para desenvolvimento, SQL é obrigatório, JavaScript é muito desejado. As duas últimas não dependem da linguagem de desenvolvimento que você escolher por facilidade, .Net é mais indicada e C# é mais utilizada aqui em Belo Horizonte.

T.I. Online - Quanto maior a especialização, maior o salário ou o que mais está contando é a prática?
Roberto Ferreira Martins – Em nossa área, a especialização vai ajudar no dia-a-dia e podem sim, aparecer vagas que somente quem tem a especialização vai concorrer. Quanto a salário, a especialização em si conta em poucos casos, mas quem a tem vai se sobressair na execução das tarefas normalmente e, consequentemente, receber aumentos por desempenho.

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